domingo, 30 de novembro de 2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Quem escolhe? Deus ou nós?

 Tiago Knox
quem-escolhe-Deus-ou-nosEssa pergunta tem levantado acirrados debates teológicos.

Somos nós que escolhemos ser salvos ou é Deus, em Sua soberania, que escolhe quem Ele quer? Será que todos tem oportunidade de salvação?

A princípio, talvez a sua resposta seja: "Somos nós que escolhemos, afinal todos tem oportunidade".

Mas será que é isso mesmo que a Bíblia ensina? Vamos analisar os textos bíblicos e depois você poderá responder com mais precisão.

A Bíblia não diz que Deus amou o mundo?
Sim, com certeza!

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
(João 3:16 RA)

E amar o mundo não significa escolher todas as pessoas do mundo?
Não! Veja o que Jesus falou sobre Seus discípulos:

“Se vocês fossem do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o mundo odeia vocês.”
(João 15:19 NTLH)

Então não somos nós que escolhemos a Deus? É Ele que nos escolhe?

Exatamente. Assim Ele diz:

“Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi 
para que vão e dêem fruto e que esse fruto não se perca.”
(João 15:16a NTLH)

Quando Ele nos escolheu?

Antes da criação do mundo.

"Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, 
a fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos diante dele sem culpa..."
(Efésios 1:4 NTLH)

Mesmo sendo Deus que nos escolheu, será que Ele não nos escolheu por que sabia das nossas obras futuras?

Não, pois a salvação não depende das nossas obras, mas sim do plano e da graça de Deus.

"Deus nos salvou e nos chamou para sermos o seu povo. Não foi por causa do que temos feito, mas porque este era o seu plano e por causa da sua graça. Ele nos deu essa graça por meio de Cristo Jesus, antes da criação do mundo."(2 Timóteo 1:9 NTLH)

Tem algum exemplo na Escritura que mostre isso?

Sim, Jacó e Esaú são um bom exemplo de que Deus não leva em consideração as obras de ninguém na hora de escolher.

"Mas, para que a escolha de um deles fosse completamente de acordo com o plano de Deus, o próprio Deus disse a Rebeca: “O mais velho será dominado pelo mais moço.”Disse isso antes de eles nascerem e antes de fazerem qualquer coisa, boa ou má. Assim ficou confirmado que é de acordo com o seu plano que Deus escolhe aqueles que ele quer chamar, sem levar em conta o que eles tenham feito. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Eu escolhi Jacó, mas rejeitei Esaú.”
(Romanos 9:11 e 12 NTLH)

Amar um e rejeitar outro antes de nascerem não é uma grande injustiça de Deus?

De modo nenhum. Veja:

"Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia."(Romanos 9:14-16)

Que direito Deus tem pra agir assim?

O direito que o Criador tem sobre aquilo que Ele cria.

"Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?"(Romanos 9:20 e 21)

Mas por que Deus escolhe uns e não escolhe outros?

Porque quer mostrar o seu poder sobre os vasos da ira e também mostrar a sua glória nos vasos de misericórdia.

"E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?"
(Romanos 9:22-24 RC)

Acho que Deus pode escolher pessoas para muitas coisas, mas não para a salvação. Onde a Bíblia diz que é escolha para a salvação?

Em várias passagens das Escrituras, veja um exemplo:

"Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo."
(2 Tessalonicenses 2:13 e 14 RA)

Será que não foi por que eu quis buscar a Deus que Ele me deu a salvação?

Não, pois o homem natural, afastado de Deus, nunca o busca. Como está escrito:

"Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só."(Romanos 3:10-12 RC)

Sim, mas eu tive fé. A minha fé não veio antes da escolha de Deus?

Não! Primeiro é preciso que Deus escolha a pessoa, para que então ela tenha fé.

"Pois esta é a ordem que o Senhor Deus deu a nós, o seu povo: “Eu coloquei você como luz para os outros povos, a fim de que você leve a salvação ao mundo inteiro.” Quando os não-judeus ouviram isso, ficaram muito alegres e começaram a dizer que a palavra do Senhor era boa. E creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna."(Atos 13:47 e 48 NTLH)

Mas a fé é minha ou é um dom de Deus?

A fé é um dom de Deus!

"Por causa da bondade de Deus para comigo, me chamando para ser apóstolo, eu digo a todos vocês que não se achem melhores do que realmente são. Pelo contrário, pensem com humildade a respeito de vocês mesmos, e cada um julgue a si mesmo conforme a fé que Deus lhe deu."(Romanos 12:3 NTLH)

E o meu arrependimento?

Até o arrependimento tem que ser concedido por Deus.

"E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos."
(2 Timóteo 2:24-26 RC)

Então ninguém pode ser salvo se Deus não permitir?

Exatamente. Foi isso que Jesus falou.

"E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido."(João 6:65 RA)

Há mais textos que falam isso?

Sim. Veja:

"Todos aqueles que o Pai me dá virão a mim;
 e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a mim. Pois eu desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou e não para fazer a minha própria vontade. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum daqueles que o Pai me deu se perca, mas que eu ressuscite todos no último dia."
(João 6: 37-39 NTLH)

Então por que Jesus falou até por meio de parábolas? Não foi pra que todas as pessoas pudessem entender Sua mensagem?

Muito pelo contrário, Ele usou parábolas justamente para que os que não foram eleitos não entendam, não se arrependam e, conseqüentemente, não sejam perdoados.

"Jesus disse a eles: —A vocês Deus mostra o segredo do seu Reino. Mas para os que estão fora do Reino tudo é ensinado por meio de parábolas, para que olhem e não enxerguem nada e para que escutem e não entendam; se não, eles voltariam para Deus, e ele os perdoaria."(Marcos 4:11 e 12 NTLH)

Eu nunca tinha visto as coisas dessa forma. Pode me mostrar mais textos que mostrem isso?

Sim. O apóstolo Paulo, após falar sobre o povo de Israel e mostrar que mesmo dentro do povo escolhido haviam escolhidos, fala sobre a época da igreja:

"A mesma coisa também acontece agora, isto é, por causa da graça de Deus, ainda existe um pequeno número daqueles que ele escolheu. Essa escolha se baseia na graça de Deus e não no que eles fizeram. 
Porque, se a escolha de Deus se baseasse no que as pessoas fazem, então a sua graça não seria a verdadeira graça. E isso quer dizer que não foi o povo de Israel que encontrou o que estava procurando. Quem encontrou foi apenas um pequeno grupo que Deus escolheu; os outros não quiseram ouvir o chamado de Deus. Como dizem as Escrituras Sagradas: 'Deus endureceu o coração e a mente deles; deu-lhes olhos que não podem ver e ouvidos que não podem ouvir até o dia de hoje.' "(Romanos 11:5-8 NTLH)

Deus endurece o coração e a mente das pessoas?

Sim, Ele endurece o coração e a mente de quem quer quando isso é necessário para cumprir Seu plano.

"Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, 
e se convertam, e sejam por mim curados."
(João 12:40 RA)

Pode mostrar algum exemplo disso na Bíblia?

Sim. Faraó é um bom exemplo de alguém que teve o coração endurecido por Deus.

"Porém o SENHOR endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito a Moisés."
(Êxodo 9:12 RC)

"Porque, como está escrito nas Escrituras Sagradas, Deus disse a Faraó: “Foi para isto mesmo que eu pus você como rei, para mostrar o meu poder e fazer com que o meu nome seja conhecido no mundo inteiro.” Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer e endurece o coração de quem ele quer."(Romanos 9:17 e 18 NTLH)

Tenho uma dúvida: Judas Iscariotes era um escolhido?

Não, Judas não era um escolhido. Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus fala que eles foram escolhidos, exceto Judas.

"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem. —Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: 'Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim'. Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que 'EU SOU QUEM SOU'."
(João 13:16-19 NTLH)

Pedro fala que Judas se desviou para ir para o seu próprio lugar.

“E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.”(Atos 1:24 e 25 RC)

Isso quer dizer que algumas pessoas já estão predestinadas para a condenação?

Veja:

“Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.”
(Judas 4 RC)

Se é assim, então quer dizer que Deus criou essas pessoas para serem condenadas?

Exatamente.

“O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal.”(Provérbios 16:4 RC)

Existem muitos escolhidos?

Jesus disse que não.

"Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos."(Mateus 22:14 RC)

E os escolhidos podem perder a salvação?

Não, pois ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão de Jesus, e nada pode nos separar do amor de Deus, pois é Ele que nos justifica.

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar."(João 10:27-29 RA)

"Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor."(Romanos 8:38 e 39 RA)

"Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica."(Romanos 8:33 RA)

Mas há pessoas que abandonaram a fé cristã. Elas não perderam a salvação?

Não, pois na verdade nunca foram salvas. A Bíblia diz que são como porcas que foram lavadas e voltaram para a lama. Jesus diz que nunca conheceu essas pessoas. Mesmo que tenham feito milagres, expulsado demônios e profetizado em Seu nome, nunca foram Dele.

"Portanto, aqueles que chegaram a conhecer o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e que escaparam das imoralidades do mundo, mas depois foram agarrados e dominados por elas, ficam no fim em pior situação do que no começo. Pois teria sido muito melhor que eles nunca tivessem conhecido o caminho certo do que, depois de o conhecerem, voltarem atrás e se afastarem do mandamento sagrado que receberam. O que aconteceu a essas pessoas prova que são verdadeiros estes ditados: 'O cachorro volta ao seu próprio vômito' e 'A porca lavada volta a rolar na lama'."(2 Pedro 2:20-22 NTLH)

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade."
(Mateus 7:21-23 RA)

E o que acontecerá com aqueles que morreram sem conhecer a Palavra de Deus?

Perecerão, pois a única forma de salvação é a fé em Cristo.

"Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados."
(Romanos 2:12 RC)

"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."(João 14:6 RA)

"E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos."(Atos 4:12 RA)

Pode citar mais textos que falam sobre o assunto?

Sim. Aí estão:

"... havendo sido predestinados, conforme o propósito dAquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade; com o fim de sermos para louvor da Sua glória ..."
(Efésios 1:11-12)

"Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder ... e vós fostes feitos nossos imitadores ..."
(1 Tessalonicenses 1:4-6)

"... tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus ..."
(2 Timóteo 2:10)

"... segundo a fé dos eleitos de Deus ..."
(Tito 1:1)

"Mas vós sois a geração escolhida ... o povo adquirido ..."
(1 Pedro 2:9)

"... vencerão os que estão com Ele, chamados, e eleitos, e fiéis."
(Apocalipse 17:14)

"Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste."(João 17:2)

"Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês;portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la."
(Efésios 2:8 e 9)

"... o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam."(Atos 18:27)

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou."(Romanos 8:28-30)

"Ouvindo isto, os discípulos ficaram grandemente maravilhados e disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível".(Mateus 19:25 e 26)

"Para ele, os seres humanos não têm nenhum valor; ele governa todos os anjos do céu e todos os moradores da terra. Não há ninguém que possa impedi-lo de fazer o que quer; não há ninguém que possa obrigá-lo a explicar o que faz.”(Daniel 4:35)

“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.”
(Isaías 45:7)

"Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar."(Mateus 11:27)

"Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade."
(Filipenses 2:13)

Nesse estudo aprendemos que é Deus quem nos escolhe, e nos escolhe entre as pessoas do mundo. Descobrimos que Ele opera em nós tanto o querer quanto o efetuar, que é poderoso para endurecer o coração de quem quer, e ter misericórdia de quem quer, pois, assim como um oleiro, Ele tem poder sobre o barro para, da mesma massa, fazer um vaso para honra e outro para desonra, segundo a Sua vontade.

Vimos também que a escolha foi feita antes da criação do mundo, e não levou em conta as nossas obras, nem boas nem más. Deus fez Sua escolha de acordo com o Seu plano. O homem natural não pode nem quer buscar a Deus, pois a própria fé é um dom de Deus, e o arrependimento tem que ser concedido por Ele.

Aqueles que o Pai deu a Jesus inevitavelmente irão a Ele, e os que vão a Ele jamais serão lançados fora. Os eleitos nunca perecerão, pois ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão de Jesus e da mão do Pai.

Espero que você seja fortalecido na fé em saber que é de Deus que depende a nossa salvação, e que Ele merece todo o crédito e todo o mérito pela obra realizada em nós.

Glória somente a Deus

Um Deus amoroso mandaria alguém para o inferno?

Inferno-UmDeusAmoroso
O fato de Deus ser amor prova a inexistência do inferno? Enviar pessoas ao castigo eterno é um ato proveniente de alguém amoroso? No artigo “O Inferno no Banco dos Réus”, John Blanchard nos ajuda a entender melhor o assunto:
Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), o médico e escritor escocês mais conhecido por sua criação do detetive fictício Sherlock Holmes, escreveu certa vez: “O inferno, posso dizer [...], há muito tempo está fora do pensamentos de todo homem sensato”. Hoje em dia ele receberia muito apoio por essa declaração, e não apenas apoio daqueles fora da igreja cristã. A ideia de que incalculáveis bilhões de seres humanos (incluindo muitos daqueles que pareciam cidadãos decentes e que cumpriam a lei) passarão a eternidade expostos à implacável ira de Deus é simplesmente inaceitável para muitas pessoas. Mesmo alguns que possuem alto cargo eclesiástico já rejeitaram a ideia. John Robinson (1919-1983), o bispo liberal de Woolwich, em Londres, cujo livro Honest to God reduziu o Criador ao “Nível do Ser”, disse a respeito dessa ideia: “[Deus] não pode suportar isso [...] e ele não irá”.
De longe, o mais persistente ataque ao inferno vem na forma de uma pergunta: como pode um Deus de amor enviar qualquer pessoa ao inferno? O filósofo e teólogo britânico John Hick (1922-2012) argumentou que o inferno era “totalmente incompatível com a ideia de Deus como amor infinito”. O argumento aqui é perfeitamente direto: enviar pessoas para o inferno não é algo que provém de amor, então um Deus de amor nunca poderia fazê-lo. Como respondemos a isso?
O amor de Deus está acima de dúvidas, e 1 João 4.8 (“Deus é amor”) confirma que amor é parte integral da própria essência de Deus.  Ainda assim, isolar um de seus atributos como forma de demolir o inferno nos deixa com uma caricatura assimétrica de Deus. De fato, o atributo bíblico dominante de Deus não é seu amor, mas sua santidade; ele é chamado pelo seu “santo nome” mais do que todas as outras descrições reunidas. [...]
Em certo sentido, Deus não envia ninguém para o inferno, mas são as próprias pessoas que se enviam para lá.
J. I. Packer diz:
“Ninguém permanece sob a ira de Deus exceto aqueles que escolheram fazê-lo. A essência da ação de Deus na ira é dar aos homens o que eles escolhem, com todas as suas implicações; nada mais, e igualmente, nada menos”.
C. S. Lewis acrescenta:
“De bom grado creio que os condenados são, em certo sentido, rebeldes bem sucedidos até o fim; creio que as portas do inferno são trancadas pelo lado de dentro”.
[...]
Outros rejeitam o retrato bíblico do inferno por dizer que, embora Deus odeie o pecado, ele ama o pecador, e assim nunca poderia condenar ninguém à punição eterna. Mas seria esse o caso?
Rastreei 33 lugares na Escritura onde a ira de Deus é expressada. Em doze lugares, é dito que ele odeia as ações dos pecadores (incluindo a prática da falsa religião), mas nos outros 21 é dito que ele odeia o pecador. Um exemplo cobre todos os outros: é dito que a alma de Deus odeia o que ama a violência (Sl 11.5, A21).
[...]
Embora Deus mostre seu amor derramando sua graça comum sobre todas as pessoas, [...] não ousemos confundir isso com a graça salvífica. [...]
Aqueles que veem o amor de Deus como algo que elimina o inferno estão ignorando a justiça de Deus e o fato fundamental de que ele “não inocenta o culpado” (Ex 34.7).
Alguns perguntam:
Como pode Deus punir o mero período de uma vida terrena de pecados com sofrimento que dura para sempre?
John Blanchard, após nos dar alguns exemplos, responde:
As questões decisivas são a natureza de Deus e a natureza do pecado, e todo pecado, sem exceção, é uma ofensa contra a majestade e autoridade do nosso Criador. [...]
O fato de o homem não dar a Deus “a glória devida ao seu nome” (Sl 29.2) é um mal infinito que merece infinita punição, e visto que no inferno não existe oportunidade ou inclinação para se arrepender, a justiça de Deus exige que isso dure para sempre. [...]
E quanto aos que afirmam que depois de algum tempo, o inferno será aniquilado?
Se a aniquilação é o objetivo do sofrimento, qual é o propósito do sofrimento? Esse tipo de cenário condenaria Deus como o supremo sádico. A sugestão também vai de direto encontro com o claro ensino da Bíblia de que aqueles que estão no inferno “não têm descanso algum, nem de dia nem de noite” (Ap 14.11).
Deus é eternamente soberano, e [...] ele tem a última palavra quanto ao destino humano. [O inferno] vindica o caráter de Deus, mostrando que ele é completamente santo e justo

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MASTURBAÇÃO, SEXO ANTES DO CASAMENTO, TOQUES, PORNOGRAFIA... É PECADO?

Rev. Hernandes Dias Lopes - Como identificar os falsos profetas

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Sincretismo, O Abandono Do Verdadeiro Evangelho - Hernandes Dias Lopes

Augustus Nicodemus - O dilema do Método Histórico Crítico

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Um minuto de Apologética - Qual o Argumento Moral para a existência de D...

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Batismo: uma Sepultura - nº 1627


Sermão pregado na manhã de Domingo, 
30 de outubro de 1881,
por Charles Haddon Spurgeon,

No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.
"Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristofomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.." (Romanos 6:3-4)
Que não se entre em controvérsia neste texto sobre o batismo, por mais que sobre ele alguns tenham levantado questões sobre o batismoinfantil e adulto, imersão ou aspersão. Se qualquer pessoa puder interpretar de maneira consistente e conclusiva este texto sem considerar que a imersão é o genuíno batismo cristão, eu realmente gostaria de ver como ela o faz. Eu mesmo sou bem incapaz de realizartal feito, e não imagino como fazê-lo. Eu me contento em aceitar o ponto de vista que o batismo significa um sepultamento dos crentes nas águas em nome do Senhor, e assim eu irei interpretar o texto.
Se alguém tem outra perspectiva, deveria ao menos se interessar em saber qual o significado que damos ao rito do batismo, e espero que eles não discordem do sentido espiritual apenas por diferirem do sinal externo. Afinal, o emblema visível não é o assunto proeminente no texto.
Que Deus Espírito Santo nos ajude a chegar ao ensino real. Eu não entendo que Paulo esteja dizendo que pessoas impróprias como os incrédulos, hipócritas, e enganadores que são batizados o sejam na morte de nosso Senhor. Ele diz "todos nós que", colocando-se com o
resto dos filhos de Deus. Ele pretende dizer que estes são os que tem direito ao batismo, e que a ele vem com seus corações em um estado correto. Sobre tais pessoas, Paulo diz, "ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?" Ele nem mesmo pretende dizer que todos aqueles que foram batizados por direito tiveram completo entendimento do seu significado espiritual;pois, se o tivessem, não haveria necessidade da pergunta: "Ou não sabeis?" Parece que havia alguns batizados que não sabiam realmente o significado de seu próprio batismo. Eles tinham fé, e uma quantidade de conhecimento suficiente para torná-los dignos recebedores dobatismo, porém não haviam sido corretamente instruídos na doutrina do batismo; talvez só estivesse enxergando no batismo o aspecto da lavagem, mas ainda não discerniram a característica do enterro.
Eu irei além, ao questionar se algum de nós conhece de maneira plena o significado das ordenanças que Cristo instituiu. Até agora somos como crianças brincando na praia em relação às coisas espirituais, enquanto o oceano está diante de nós. O melhor que podemos fazer é entrar no mar só até a altura dos joelhos, como nossos filhos fazem.
Poucos de nós estamos aprendendo a nadar; e quando aprendemos, só nadamos até onde podemos pisar os pés em segurança. Quem de nós jamais perdeu de vista a praia e nadou no Atlântico do amor divino, onde a verdade profunda está realmente no fundo, e o infinito é o que se vê ao redor?
Oh, que Deus nos ensine diariamente aquilo que já sabemos em parte, e que a verdade que vimos de forma embaçada venha a nós de forma mais clara, até vermos tudo como que na presença da total luz do sol.
Isso só pode ocorrer se nosso caráter se tornar mais claro e puro; poisvemos de acordo com o que somos; e tal como é o nosso olho, assim também é como vemos. O puro de olhos só pode ver um Deus Santo e Puro. Seremos como Jesus quando o virmos como Ele é (I João 3:2), e certamente não o veremos como Ele é até sermos como Ele. Nas coisas celestiais nós O vemos tanto quanto nós O temos em nós mesmos.Aquele que comeu a carne e o sangue de Cristo  espiritualmente é o homem que pode vê-lO na santa ceia, e aquele que foi batizado em Cristo vê Cristo no batismo. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância (Mateus 25:29).
O batismo anuncia a morte, sepultamento e a ressurreição de Cristo, e também nossa comunhão com Ele. Seu ensino tem dois pontos.
Primeiro, pensem na união representativa com Cristo, de tal forma que, quando nosso Senhor foi morto e enterrado, foi para nosso próprio benefício, e desta forma fomos enterrados com Ele. Isso nos ensina do batismo na medida que declara abertamente uma crença. Declaramos através do batismo que cremos na morte e Jesus, e desejamos comungar de todo Seu mérito. Mas há outro assunto tão importante quanto este: trata-se da realização da nossa união com Cristo, que é demonstrada por meio do batismo, não tanto como uma doutrina da nossa confissão, mas como uma experiência nossa. Há um tipo de morte, de sepultamento, de ressurreição, e de viver em Cristo que deve se apresentar em todos nós que realmente somos membros do corpo de Cristo. I Primeiramente, então, eu gostaria que você pensasse em NOSSA UNIÃO REPRESENTATIVA COM CRISTO como é estabelecida no batismo como uma verdade a ser crida. Nosso Senhor Jesus é o substituto do Seu povo, e quando Ele morreu foi para o bem desse povo e em seu lugar. A grande doutrina da nossa justificação depende disso, que Cristo tomou nossos pecados, ficou em nosso lugar, e como nosso procurador sofreu, sangrou, e morreu para apresentar em nosso luga rum sacrifício pelo pecado. Nós devemos nos lembrar dEle, não como uma pessoa privada, mas como nosso representante. Somos enterrados com Ele no batismo até a morte para mostrar que O aceitamos como sendo para nós morto e enterrado.
O Batismo como um enterro com Cristo significa, primeiro, aceitar a morte e sepultamento de Cristo como sendo para nós. Vamos fazer isso agora mesmo com todo o nosso coração. Que outra esperança temos?
Quando nosso Divino Senhor desceu das alturas da glória e tomou sobre si a nossa humanidade, Ele se tornou um comigo e com você; e, tendo sido achado em forma humana (Filipenses 2:7), ao Pai agradou colocar o pecado sobre Ele, até mesmo os seus e os meus pecados (Isaías 53). Você não aceita essa verdade, e concorda que o Senhor Jesus deve ser o sofredor da nossa culpa, e permanecer em pé em seu lugar à vista de Deus? "Amém! Amém!" digam todos vocês.
Ele subiu ao madeiro carregado com toda essa culpa, e lá Ele sofreu em nosso lugar e legalmente foi penalizado como nós deveríamos sofrer.
Agradou ao Pai, ao invés de moer a nós, moê-lO. Ele O pôs para sofrer, fazendo sua alma uma oferta pelo pecado. Não aceitamos gratos a Jesus como nosso substituto? Oh amados, tendo sido batizados nas águas ou não, eu coloco essa questão diante de vocês: "você aceita o Senhor Jesus como seu representante substituto?" Pois se não O aceitam, vocês devem sofrer a própria culpa e carregar seu próprio sofrimento, e estar de pé no seu próprio lugar diante do olhar da justiça irada de Deus. Muitos de nós dizemos no mais profundo do coração – 
"Minha alma se volta para ver
O sofrimentos que Tu suportaste,
Quando segurado na maldita árvore,
E espera que sua culpa esteja lá"
Agora, sendo sepultados com Cristo no batismo, selamos que a morte de Cristo foi em nosso  benefício, e que estávamos com Ele, e morremos nEle, e, como prova de nossa fé, consentimos na tumba de água, e nos deixamos ser sepultados de acordo com Seu mandamento. Esse é um fato de fé fundamental – Cristo morto e sepultado por nós; em outras
palavras, substituição, procuração, sacrifício vicário. Sua morte é a base da nossa segurança: não somos batizados no Seu exemplo, ou em Sua vida, mas em Sua morte. Aqui nós confessamos que toda a nossa salvação depende da morte de Jesus, cuja morte nós aceitamos como tendo acontecido por nosso benéficio. Mas isso não é tudo; pois se eu devo ser sepultado, não deve ser tanto porque eu aceito a morte substitutiva de outro por mim , mas por qué eu mesmo estou morto. Batismo é um reconhecimento de nossa própria morte em Cristo. Mas porque um homem vivo deveria ser enterrado? Porque ele deveria ser enterrado porque outro morreu em seu benefício?
Meu sepultamento com Cristo não significa somente que Ele morreu por mim, mas que eu morri nEle, de tal forma que minha morte com Ele precisa de um enterro com Ele. Jesus morreu por nós porque ele é um conosco (João 17:11, 21).
O Senhor Jesus Cristo não tomou sobre si os pecados do Seu povo por uma decisão arbitrária de Deus; mas era totalmente natural e próprio que Ele deveria tomar os pecados do Seu povo, pois eles são Seu povo, e Ele é sua cabeça definitiva. Era necessário Cristo sofrer por esta razão – que Ele era o representante do Seu povo pela aliança. Ele é a Cabeça do corpo, a Igreja; e se os membros pecaram, entende-se que a Cabeça, ainda que não tenha pecado, deva sofrer as consequências das ações do corpo. Assim como há um relacionamento natural entre Adão e aqueles que estão em Adão, assim há também entre o segundo Adão e os que estão nEle (Romanos 5:12-21). Eu aceito o que o primeiro Adão fez em relação ao meu pecado. Alguns de vocês podem discordar disto, e com toda a dispensação do pacto, sequiserem; mas como agradou a Deus colocar as coisas dessa forma, e eu sinto os efeitos disso, eu não vejo uso algum para a minha discórdia com isso. Tal qual aceito o pecado do pai Adão, e sinto que eu pequei com ele, assim também com alegria intensa aceito a morte e sacrifício pela culpa de meu segundo Adão, e me regozijo que nEle eu morri e ressuscitei. Eu vivi, eu morri, eu guardei a lei, eu satisfiz a justiça através da aliança da Cabeça. Deixe-me ser enterrado no batismo que eu mostrarei a todos em volta que eu creio que eu era um com meu Senhor na morte e enterro pelo pecado. Olhem para isso, ó filhos de Deus, e não temam. Essas são grandes verdades, seguras e confortantes. Vocês estão entre as grandes ondas do Atlântico agora, mas não tenham medo. Percebam o efeito
santificador dessa verdade. Suponha que um homem seja condenado à morte por causa de um grande crime; suponha, aliás, que ele morreu por aquele crime, e agora, por alguma obra maravilhosa de Deus, após ter sido morto, ele foi vivificado de novo. Ele está novamente entre os homens, como ressurreto dentre os mortos, e qual é o estado de sua consciência quanto à sua ofensa? Ele irá cometer aquele crime de novo?Um crime pelo qual ele morreu? Eu digo enfaticamente: Deus proíba. Ele certamente dirá: "eu provei da amargura desse pecado, e eu fui miraculosamente levantado da morte que me sobreveio, e revivi; agora eu odiarei aquilo que me matou, e o abominarei com toda a minha alma." Aquele que recebeu o pagamento do pecado deve aprender como evitá-lo no futuro. Mas, você responde que "nós nunca morremos assim. Nunca fomos obrigados a pagar a dívida do nosso pecado." Correto. Mas aquilo que Cristo fez por você vem a ser a mesma coisa, e o Senhor olha para isso como a mesma coisa. Você é então um com Jesus, de tal forma que você deve considerar a morte dEle como a sua morte; Seus sofrimentos como o castigo que lhe traz a paz (Isaías 53: 5). Você morreu na morte de Jesus, e agora por uma graça estranha e misteriosa você é resgatado do poço de corrupção (Salmo 40:1-2) para uma vida nova. Como você poderia voltar novamente ao pecado? Você viu o que Deus pensa do pecado: você percebe que Ele o abomina totalmente; pois quando foi posto sobre Seu Filho Amado, Ele não O poupou, mas O pôs em sofrimentos e O levou à morte. Pode você, depois disso, voltar-se àquela coisa maldita que Deus odeia? Certamente, o efeito dos grandes sofrimentos do Salvador sobre seu espírito deve ser a santificação. Como viveremos para o pecado, nós que para ele morremos (Romanos 6:1-14)? Como podemos nós, que já passamos debaixo da maldição (Gálatas 3:13-14), e suportamos sua pesada punição, tolerar seu poder? Deveríamos voltar a esse mal assassino, vil, virulento, e abominável?
Não pode ser. A graça o proíbe. Que Deus não o queira. Essa doutrina não é a conclusão de todo o assunto. O texto nos descreve como sepultados, mas com a perspectiva de ressurreição. "Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo;" - com qual objetivo? - "para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos,assim também andemos nós em novidade de vida." Ser sepultado com Cristo! Para quê? Para que você permaneça morto para sempre? Não, mas agora onde Cristo está, você deve ir aonde Cristo for. Segure-se nEle, então: Ele vai, então primeiro ao sepulcro, mas depois segue para fora do sepulcro; pois quando a terceira manhã chegou, Ele levantou. Se você é de fato um com Cristo, você deve ser um com Ele e passar por tudo; Você será um com Ele na morte, e um com Ele no seu sepultamento, e então você virá a ser um com Ele em Sua ressurreição. Sou agora um homem morto? Não, bendito seja o Seu nome, pois está escrito que "porque eu vivo, vós também vivereis" (João 14:19). Fato é que eu estou morto em um sentido, "considerai-vos mortos". Mas não estou em outro pois "a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Colossenses 3:3). E como um homem estaria absolutamente morto se ele tem uma vida oculta? Não; já que eu sou um com Cristo eu sou o que Cristo é: como Ele é um Cristo vivente, eu sou espírito vivente.Que coisa gloriosa é ter retornado dos mortos, porque Cristo nos deuvida. Nossa velha vida legal foi tirada de nós pela sentença da lei, e a lei nos vê como mortos (Romanos 7:1-6); mas agora recebemos uma nova vida, uma vida fora da morte, uma vida ressurreta em Cristo Jesus. A vida do cristão é a vida de Cristo. Não é a vida da primeira criação nossa, mas da nova criação a partir dos mortos. Agora, pois, andamos nós em novidade de vida (Romanos 6:4), frutificando para a santificação (Romanos 6:22), justiça, e alegria pelo Espírito de Deus. A vida na carne é para nós um obstáculo; nossa vida está no Seu Espírito. No melhor e mais elevado sentido, nossa vida é espiritual e celestial. Isso também é doutrina que deve ser guardada muito firmemente. Eu quero que vocês vejam a força disso; pois eu estou buscando resultados práticos nesta manhã. Se Deus deu a você e a mim uma vidainteiramente nova em Cristo, como pode essa  vida ser desperdiçada da mesma forma que a vida velha? Há o espiritual que quer viver como carnal? Como podem vocês que eram os servos do pecado, que foram libertos pelo sangue precioso, voltar à velha escravidão (Gálatas 5:1)? Quando vocês estavam na vida do primeiro Adão, vocês viviam em pecado, e o amavam; mas agora vocês foram mortos e enterrados, e feitos para andarem em novidade de vida: como pode ser que vocês estejam voltando aos rudimentos do mundo de onde o Senhor vos tirou? Se vocês vivem em pecado, vocês serão falsos na sua profissão de fé; pois vocês professarão estarem vivos para Deus (Romanos 6:11)? Se vocês andam na concupiscência, vocês vão pisar as doutrinas benditas da Palavra de Deus, pois elas levam à santidade e pureza. Você faria do cristianismo apenas uma palavra e um provérbio se, depois de tudo, vocês que saíram da morte espiritual exibissem uma conduta em nada melhor que a vida do homem comum, e um pouco superior à vida que você mesmo levava. Isso tudo visto que muitos de vocês que foram batizados disseram ao mundo "estamos mortos para o mundo, e fomos trazidos para uma nova vida". Nossos desejos carnais estão dessa forma vistos como mortos, pois agora vivemos numa ordem de vida totalmente nova. O Espírito Santo nos deu uma nova natureza, e por mais que estejamos no mundo, não somos dele, mas somos feitos novo homem, "criados em Cristo Jesus" (Efésios 2:10). Essa é a doutrina que pregamos a todo homem, que Cristo morreu e ressuscitou, e que Seu povo morreu e ressuscitou nEle. Dessa doutrina cresce a morte para o pecado e vida para Deus, e por cada ação e cada momento de nossas vidas ensiná-la a todos que nos veem. Não é esta uma doutrina preciosa? Ó, se vocês de fato são um com Cristo, o mundo deveria os achar se sujando? Deveriam os membros de uma Cabeça generosa e graciosa, invejarem e serem gananciosos? Deveriam os membros de uma  Cabeça gloriosa, pura e perfeita, ser depredados com as concupiscências da carne e com as vaidades de uma vida em vão? Se os crentes são de fato identificados com Cristo de forma tal que eles são Seu tudo, eles mesmos não deveriam ser santos?
Se nós vivemos em virtude pela nossa união com Seu corpo, como podemos viver como vivem os gentios? Como pode ser que tantos crentes professos exibam uma vida meramente mundana, vivendo para os negócios e o prazer, mas não para Deus, em Deus, ou com Deus?
Eles dão uma pitada de religião numa vida mundana, e esperam cristianizá-la. Mas não conseguirão. Eu sou chamado a viver como Cristo viveria em minhas circunstâncias; escondido em meu quarto ou no púlpito público, eu sou chamado a ser o que Cristo seria no mesmo caso. Eu sou chamado a provar aos homens que aquela união com Cristo não é ficção, nem sentimento fanático: mas que somos movidos pelos mesmos princípios e agimos pelos mesmos motivos.
Batismo é então, de fato, um credo, e vocês podem lê-lo nestas palavras: "unidos com Ele na semelhança da Sua morte, certamente, oseremos também na semelhança da Sua ressurreição."II Mas, em segundo lugar, UMA UNIÃO REAL COM CRISTO também acontece  no batismo, e isso é mais uma questão de experiência que dedoutrina.
 1. Primeiro, há a morte, e então uma questão de experiência atual do crente verdadeiro. "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?". É contrário a todas as leis enterrar aqueles que ainda estão vivos. Enquanto não
morrerem, o homem não pode ter o direito de ser enterrado. Muito bem, então, o cristão está morto – morto, primeiro, para o domínio do pecado. Toda vez que o pecado lhe chamava, antes, ele respondia, "aqui estou eu, pois você me chamou." O pecado mandava em seus membros, e se o pecado dizia, "faça isso," ele o faria, como o soldado obediente ao seu centurião; pois o pecado mandava em todas as partes da sua natureza, e exercia sobre ele uma tirania suprema. Mas a graça mudou tudo isso. Quando nos convertemos nos tornamos
mortos para o domínio do pecado. Se o pecado nos chama agora, recusamos a ir para ele, pois estamos mortos. Se o pecado nos dá um comando nós não o obedecemos, pois estamos mortos para a sua autoridade. O pecado vem a nós hoje – ó, que ele não o faça – e acha em nós a velha corrupção que está crucificada, mas ainda não morta; porém, ele não tem domínio sobre nossa verdadeira vida. Bendito seja Deus, o pecado não pode reinar sobre nós, por mais que possa nos assediar e nos trazer mal. "Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça." Nós pecamos, mas sem
permissão. Com que tristeza olhamos para as nossas transgressões! Quão sinceramente nos empenhamos em evitá-las! O pecado tenta manter seu poder usurpador sobre nós; mas não o reconhecemos como soberano. O mal entra em nós como um intruso ou um estranho, e trabalha em triste confusão, mas não habita em nós sobre um trono; é alguém de fora, rejeitado, e não mais honrado com prazer. Estamos mortos para o reino do poder do pecado.
O crente, se espiritualmente sepultado com Cristo, está morto para o desejo de tal poder. "O quê!" diz você, "não têm os homens piedosos desejos de pecado?" De fato, eles têm. A velha natureza que há neles deseja o pecado; mas o homem verdadeiro, o ego real, deseja ser purgado de qualquer espécie ou traço de mal. A lei que opera em seusmembros corre para o pecado, mas a vida no coração constrange à santidade (Romanos 7:14-23). Eu posso falar honestamente, por mimmesmo, que meu desejo mais profundo de minha alma é viver uma vida perfeita. Se eu pudesse ter meu melhor desejo realizado, eu nunca pecaria de novo; e, apesar disso, eu consinto com o pecado de tal forma que me torno responsável quando transgrido, meu eu mais interior aborrece a iniquidade. O pecado é meu fardo, não meu prazer; minhamiséria, não meu deleite; pensando nisso eu clamo, "desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:24).
No centro do nosso coração nosso espírito se inclina firmemente para o que é bom, verdadeiro e celestial, de tal forma que o homem real tem prazer na lei de Deus, e busca de todo coração o que é bom. Averdadeira tendência atual do desejo e vontade de nossa alma não é para o pecado, e o apóstolo não nos ensinou mera fantasia quandodisse, "Porque  aquele que está morto está livre do pecado" (Romanos 6:7). Além disso, em segundo lugar, estamos como que mortos à buscaintensa e aos objetivos de uma vida ímpia e pecaminosa. Irmãos, há entre vocês alguém que professa ser servo de Deus vivendo para si mesmo? Então vocês não são servos de Deus; pois aquele que realmente nasceu de novo vive para Deus: o objetivo de sua vida é a glória de Deus e o bem dos seus semelhantes. Esse é o prêmio colocado à frente do movido por Deus, e para isso ele corre. "Eu não corro para isso", diz um. Bem, então você não chegará ao destino desejado. Se você corre atrás dos prazeres do mundo e suas riquezas, você talvez alcance o prêmio de que está atrás, mas você não pode conquistar o "prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3:14). Eu espero que muitos de nós possamos dizer honestamente que estamos agora mortos para qualquer objetivo na vida, exceto a glória de Deus em Cristo Jesus. Estamos no mundo, e temos que viver como os outros homens vivem, levando para frente nosso negócio regular; mas tudo isso está subordinado em segundo plano, e não nos agarramos nisso; nossos alvos estão além de algo mutável. O vôo de nossa alma, como o da águia, está acima dessas nuvens: como aquele pássaro que do sol recebe luz nas rochas, que mesmo descendo às planícies, ainda assim seu prazer é planar buscando a luz, indo acima das nuvens negras de tempestade, e olhando para todas as coisas terrenas como inferiores. Semelhantemente nossa vida que nos foi dada graciosamente segue em frente e acima; não somos do mundo, e as questões do mundo não são aquelas em que nós gastamos a maioria das nossas forças.
Novamente, estamos mortos no sentido que estamos mortos para a orientação do pecado. A concupiscência da carne guia um homem para todos os lados. Ele determina seu curso pela pergunta, "o que é mais prazeroso? O que me dará mais gratificação imediata?" O caminho dos ímpios é traçado pela mão do desejo egoísta: mas vocês que são verdadeiros cristãos têm outro guia, vocês são liderados pelo Espírito em um caminho direito. Você pergunta, "o que é bom e o que é aceitável aos olhos do Altíssimo?" Sua oração diária é "Senhor, mostra me o que queres que eu faça". Vocês estão vivos para o ensino do Espírito, que os conduzirá a toda a verdade; mas vocês estão surdos, sim, mortos para os dogmas da sabedoria carnal, às oposições da filosofia, aos erros da orgulhosa sabedoria dos homens. Guias cegos que caem (Mateus 15:14) com suas vítimas na vala são evitados por vocês, que escolheram o caminho do Senhor. Que abençoado estado de coração é este! Eu creio, meus irmãos, que já o percebemos de todo! Conhecemos a voz do pastor, e não seguiremos o estranho (João 10:4-5). Um é o vosso professor, e submetemos nosso entendimento à sua instrução infalível.
Nosso texto deve ter tido um significado fortíssimo entre os romanos do tempo de Paulo, pois eles estavam mergulhados em todas as formas de vícios odiosos. Pegue um romano normal daquele período, e você o verá como um homem acostumado a gastar grande parte de seu tempo no anfiteatro, embrutecido pelas visões brutais de espetáculos sangrentos, nos quais gladiadores se matavam para divertir uma multidão de folga. Ensinados em tal escola, o romano era cruel o quanto se pode ser, e além disso feroz na satisfação de suas paixões. Um homem depravado não era considerado totalmente degradado; não somente nobres e imperadores eram monstros do vício, mas os professores públicos eram impuros. Quando aqueles que eram considerados como morais eram corruptos, você pode imaginar como eram os imorais. "Divirta-se; siga atrás dos prazeres da carne", essa era a regra da época.
O cristianismo introduziu um novo elemento. Veja um romano convertido pela graça de Deus! Que mudança há nele! Seu vizinho lhe diz, "você não estava no anfiteatro esta manhã. Como pôde perder a visão dos cem germânicos que arrancaram as entranhas uns dos outros?" "Não", ele diz, "eu não estava lá; eu não suportaria estar lá. Estou completamente morto pra isso. Se você me forçasse a estar lá, eu teria de fechar meus olhos, pois não poderia olhar para assassinato ser cometido por esporte!". O cristão não se acomodava em locais de licenciosidade; ele estava realmente morto para tamanha imundície. A moda e os costumes da época eram tais que os cristãos não conseguiriam consentir com eles, e assim eles se tornaram mortos para a sociedade. Os cristãos não somente não iam atrás do pecado público, mas eles falavam dele com horror, e suas vidas o repreendiam. Coisas que as multidões consideravam com alegria, e falavam exaltando-as, não davam prazer ao seguidor de Jesus, pois ele estava morto para taismales. Essa é a nossa confissão solene quando decidimos nos batizar. Falamos, por atos que são mais audíveis que palavras, que estamos
mortos para aquelas coisas em que os pecadores se deleitam, e queremos ser assim considerados.
2. O pensamento seguinte em batismo é a sepultara. Primeiro vem a morte, e então se segue o sepultamento. Agora, o que é o enterro, irmãos? Enterro é, antes de tudo, o selo da morte; é o certificado da perda. "Está tal homem morto?" diz você. Outro responde, "porque, meu caro? Ele foi enterrado há um ano". Há exemplos de pessoas enterradas vivas, e eu temo que isso aconteça com triste frequência no batismo, mas não é natural, e de forma alguma é a regra. Eu temo que muitostenham sido enterrados vivos no batismo, e tenham posteriormente  se levantado e saído da sepultura como estavam. Mas se o enterro é verdadeiro, é uma prova da morte. Se eu consigo dizer com verdade, "fui sepultado com Cristo trinta anos atrás", eu certamente estou morto. Certamente o mundo pensava assim, pois não pouco depois do meu
enterro com Jesus eu comecei a pregar o Seu nome, e então o mundo me teve como perdido, e disser: "ele fede". Começaram a dizer toda sorte de mal contra o pregador; mas quanto mais eu cheirava mal em suas narinas, mais eu me sentia melhor, pois tanto mais certamente eu estava morto para o mundo. É bom para o cristão ser ofensivo aos homens rebeldes. Vejo como nosso Mestre fedia na estima dos ímpios quando clamavam "crucifica-o! Crucifica-o!" por mais que nenhuma corrupção poderia chegar perto de Seu corpo santo, ainda assim Seu
caráter perfeito não era saboreado por aquela geração perversa. Deve haver, portanto, em nós a morte para o mundo, e alguns dos efeitos da morte, ou nosso batismo é vão. Tanto quanto o sepultamento é a prova da morte, então nosso enterro com Cristo é o selo de nossa mortificação para o mundo.
Mas o sepultamento é, a seguir, a manifestação da morte. Enquanto o homem está vivo, os que passam não sabem que ele está morto; mas quando acontece o funeral, e ele é levado pelas ruas, todos sabem que ele está morto. É isso que o batismo deve ser. A morte do crente para o pecado é inicialmente um segredo, mas por uma confissão aberta ele leva todos os homens a saberem que ele está morto com Cristo. Batismo é o rito funerário pela qual a morte para o pecado é abertamente estabelecida diante de todos os homens.
O sepultamento é também a separação da morte. O homem morto não está mais em sua casa, mas é colocado à parte como um não é mais contado entre os vivos. Um corpo não é uma companhia bem-vinda.
Mesmo o objeto mais amado depois de um tempo não pode ser tolerado quando a morte fez seu trabalho sobre ele. Mesmo Abraão, que ficou por tanto tempo unido a sua amada Sara, dé visto dizendo, "sepulte o morto de diante da minha face" (Gênesis 23:1-4). Tal é o crente quando sua morte para o mundo é totalmente conhecida: ele é má companhia na opinião dos mundanos, e eles o vêm como o estraga-prazeres. O verdadeiro santo é colocado em separado na mesma classe que Cristo, de acordo com Sua palavra, "Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós" (João 15:20). O santo é colocado fora do arraial (Hebreus 13:13) na mesma cova que seu Senhor; pois assim como Ele foi, assim somos nós também neste mundo. Ele está sepultado pelo mundo naquele único cemitério de fé, se assim o devo chamar, onde todos os que estão em Cristo estão juntamente mortos para o mundo, com o epitáfio para todos eles, "Porque já estais mortos, e a vossa vidaestá escondida com Cristo em Deus" (Colossenses 3:3). E a cova é o lugar – eu não sei de onde tirar uma palavra disso – da fixação da morte; pois quando um homem é morto e enterrado você 11jamais espera vê-lo voltando para casa novamente: tanto quanto este mundo está informado, morte e sepultamento são irreversíveis. Eles me dizem que espíritos andam pela terra, e todos nós vimos no jornal "Averdade sobre fantasmas", mas eu tenho minhas dúvidas neste assunto.
 Nas questões espirituais, entretanto, eu temo que alguns não estejam muito sepultados com Cristo, mas andam entre as tumbas. Me entristece muito que seja assim. O homem em Cristo não pode andar como fantasma, pois ele está vivo em outro lugar; ele recebeu um novo ser e, portanto, ele não pode andar murmurando e espiando entre oshipócritas que estão mortos a seu redor. Veja o que nosso capítulo fala sobre o Senhor: "sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos,já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus." (Romanos 6:9-10). Se de fato fomos vivificados das obras mortas nós jamais devemos voltar-nos a elas. Eu posso até pecar, mas o pecado não pode ter domínio sobre mim; eu posso ser um transgressor e ir longe do meu Deus, mas jamais eu poderia voltar à velha morte novamente. Quando a graça do meu Senhor me tomou, e me enterrou, ela forjou em minha alma a convicção que dali em diante e para sempre eu era para o mundo um homem morto.
Eu estou verdadeiramente grato em não ter comprometido isso, mas ter ido direto para fora. Eu desembainhei a espada, e lancei fora a bainha. Digam ao mundo que é melhor eles não tentarem nos buscar de volta, pois estamos tão estragados para ele como se estivéssemos mortos. Tudo que poderiam ter de nós seriam nossas carcaças. Digam ao mundo para não nos tentar mais, pois nossos corações estão mudados. O pecado pode encantar o homem velho dependurado na cruz, e ele deve até virar o seu olho luxuriante naquela direção, mas ele não pode seguir seu relance, pois ele não pode descer da cruz: O Senhor teve o cuidado de martelar bastante, e Ele pregou suas mãos e pés firmemente, de tal forma que a carne crucificada permanecerá no lugar de sofrimento e morte. Sendo isso também verdade, a genuína vida que está em nós não pode morrer, pois nasceu de Deus; nem pode habitar em tumbas, pois seu chamado é à pureza e alegria e liberdade; e a esse chamado se rende. Chegamos até a morte e o sepultamento; mas o batismo, de acordo com o texto, representa também a ressurreição: "como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida" (Romanos 6:4). Agora, note que o homem que está morto em Cristo, e sepultado com Cristo, é também levantado dentre os mortos em Cristo, e esse é um trabalho especial sobre ele. Nenhum morto está ressuscitado, mas o nosso Senhor mesmo é "as primícias dos que dormem" (I Coríntios 15:20). Ele é o primogênito dos mortos (Colossensses 1:18). A Ressurreição foi uma obra especial no corpo de Cristo pela qual Ele foi levantado, e aquela obra, que começou na cabeça, vai continuar até todos os membros serem co-participantes, pois: "Apesar de nossos pecados exigirem Que nossa carne se tornar pó; Ainda assim como Senhor nosso Salvador se levantou, E assim farão todos os que o seguem" Pois para nossa alma e espírito, a ressurreição começou em nós. Nãochegou a nossos corpos ainda, mas será dada a eles no dia determinado. No presente um trabalho especial foi forjado sobre nós pelo qual fomos levantados dentre os mortos. Irmãos, se vocês tivessem morrido e sido sepultados, e tivessem ficado deitados por uma noite, digamos, no Cemitério Woking, e se uma voz divina lhe chamasse diretamente para fora da cova quando as estrelas silenciosas ainda brilhavam no céu aberto – se, digo eu, vocês tivessemos se levantado definitivamente do monte verde de relva, que se solitário deveria ser o vasto cemitério na noite escura! Como você poderia sentar na vala e esperar pela manhã! Essa é realmente a condição que diz respeito ao presente mundo mal. foi uma vez igual a todos os pecadores ao seu redor, morto em pecado (Efésios 2:1), e dormindo a cova encomendada pelo mal. O Senhor pelo Seu poder chamou você para fora de sua tumba, e agora você está vivo entre os mortos. Não pode haver amizade aí para você, pois, que comunhão pode haver entre os vivos e os mortos? Os homens lá no cemitério que acabaram de ser chamados não achariam ninguém no meio dos mortos com quem pudessem conversar, e não poderão achar companhia neste mundo. Ali jaz uma caveira, mas ela não pode ver pelos buracos dos olhos; nem tampouco há discurso vindo de sua boca cruel. Eu vejo uma massa de ossos depositados no canto: o que vive olha para eles, mas eles não podem ouvir ou falar. Imagine-se lá. Tudo que você poderia dizer aos ossos seria perguntar, "poderão viver estes ossos secos?" (Ezequiel 37:3). Você seria um estrangeiro nessa casa de corrupção, e você desejaria sair o quanto antes de lá. Essa é sua condição no mundo: Deus te levantou dentre os mortos, e da companhia com a qual você tinha regularmente suas conversações.
Agora, eu clamo a vocês, não volte e cave na terra, para abrir as covas e achar um amigo lá. Quem tiraria a tampa de um caixão e clamaria: "venha, você deve beber comigo! Você deve ir ao teatro comigo!" Não, nós abominamos a ideia de associarmo-nos com a morte, e eu tremo ao ver um cristão professo tentar ter comunhão com homens mundanos. "Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo" (II Coríntios 6:17). Vocês sabem o que aconteceria a você caso depois de ter sido levantado, e fosse forçado a sentar perto de umcorpo morto recentemente tirado da cova. Você clamaria: "eu não posso suportar isso; não posso aguentar isso"; você preferiria estar do lado oposto do vento em relação ao corpo horrendo. Assim também com o homem que está realmente vivo para Deus: atos de injustiça, opressão, ou impureza ele não pode suportar; pois a vida se opõe à corrupção.
Note que, assim como fomos levantados por um trabalho especial de entre os mortos, esse levantar é pelo poder de Deus. Cristo foi trazido novamente "dos mortos pela glória do Pai." O que isso significa? Porque não disse, "pelo poder do Pai"? Ah, amados, glória é uma palavra maior; pois todos os atributos de Deus são exibidos em toda sua pompa solene na ressurreição de Cristo dentre os mortos. Lá havia a fidelidade do Senhor; não havia Ele declarado que o ressuscitaria dos mortos (Isaías 55:3), e que não permitiria que o Seu Santo visse corrupção (Salmo 16:10)? Não foi o amor do Pai visto nisso? Eu estou certo de que houve um deleite no coração de Deus ao trazer de volta a vida ao corpo de Seu Filho amado. E assim, quando eu e você somos tirados de nossa morte em pecados, não é meramente o poder de Deus, não é meramente a sabedoria de Deus que é vista, é a "glória do Pai".
Oh, pensar que cada filho de Deus que foi chamado foi chamado pela"glória do Pai". Exigiu  não somente o Espírito Santo, a obra de Jesus e a obra do Pai, mas a própria "glória do Pai". Se a menor centelha de vida espiritual tem de ser criada pela "glória do Pai", qual será a glória daquela vida quando chegar à perfeição plena, e quando formos como Cristo, e vê-lo como Ele é (I João 3:2)! Oh amados, tenham em alta conta a nova vida que Deus lhes deu. Pensem nela em lhes tornando mais ricos do que se vocês tivessem um mar de pérolas, mais do que se vocês tivessem descendido do mais elevado dos príncipes. Há em você aquilo que requer todos os atributos de Deus para vir a existir. Ele poderia fazer um mundo somente com poder, mas você deve ser levantado de entre os mortos pela "glória do Pai". Note a seguir que essa vida é algo inteiramente novo. Nós somos chamados a andar em "novidade de vida". A vida de um cristão é algo inteiramente diferente da vida de outros homens, totalmente diferente da sua própria vida antes de sua conversão, e quando as pessoas tentam falsificá-la, eles não conseguem. Uma pessoa lhe escreve uma carta e quer que você acredite que ele é um crente, mas dentro de uma meia-dúzia de sentenças aparece uma linha que trai o impostor. O hipócrita copiou suas expressões de maneira ordenada, mas não totalmente. Há uma maçonaria entre nós, e o mundo olha-nos de fora por um pouco, e aqui e ali eles tomam algunsde nossos símbolos; mas há um símbolo privado, que eles nunca conseguirão imitar, e assim em certo ponto eles se quebram. Um ateu pode orar tanto quanto um cristão, ler tanto a Bíblia quanto um cristão, e mesmo ir além de nós no exterior; mas há um segredo que ele não sabe e não consegue falsificar. A vida divina é uma novidade tão grande que o irregenerado não tem uma cópia com que trabalhar. Em todo cristão ela é tão nova como se ele fosse o primeiro cristão. Ainda que em todos haja a imagem e a inscrição de Cristo, ainda há uma borda branqueada ou algo dessa prata verdadeira que esses falsificadores não podem copiar. É algo novo, uma história, algo fresco de Deus.
E, por último, essa vida é algo ativo. Eu já desejei que Paulo não tivesse sido tão rápido enquanto o lia. Seu estilo viaja em botas de sete léguas. Ele não escreve como um homem qualquer. Eu realmente gostaria de dizer a ele que se ele tivesse escrito este texto na ordem apropriada,deveria ser, "Como Cristo foi levantado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também devemos ser levantados". Mas veja; Paulo puloutanto assunto enquanto  falamos: ele chegou a "andemos". O andar inclui a vida, que o simboliza, e Paulo pensa tão rápido quando o Espírito de Deus está sobre ele que ele passou direto da causa para o efeito. Tão logo recebemos a nova vida nos tornamos ativos: não sentamos e dizemos, "eu recebi uma nova vida: quão grato eu devo estar.
Eu vou na quietude usufruir disso". Oh, queridos, não. Nós temos de fazer algo diretamente enquanto estamos vivos, e começamos a andar, eassim o Senhor mantém-nos durante toda a  nossa vida em Sua obra; ele não nos permite ficar sentados contentes com o mero fato de
vivermos, nem permite que gastemos nosso tempo examinando se vivemos ou não; mas nos dá uma batalha para lutar, e a seguir outra; Ele nos dá Sua casa para construir, Sua fazenda para arar, Seus filhos para cuidar, e Suas ovelhas para alimentar.
Às vezes temos tempos de lutas ferozes com nosso próprio espírito, e tememos que o pecado e Satanás irão enfim prevalecer, até que nossa vida será dificilmente reconhecida, mas é sempre reconhecida pelos atos. A vida que é dada àqueles que estavam mortos, com Cristo, é uma vida enérgica, forte, que está sempre ocupada para Cristo, e, se pudesse, moveria céus e terra para sujeitar todas as coisas àquele que é sua Cabeça. Essa vida Paulo nos diz que não tem fim. Uma vez recebida, nunca sairá de você. "havendo Cristo ressuscitado dos mortos já não morre; a mortenão mais terá domínio sobre ele". É também  uma vida que não está maisdebaixo do pecado ou da lei. Cristo veio sob a lei enquanto  estava aqui (Gálatas 4:4), e teve os nossos pecados sobre si (Isaías 53:6), e assim morreu; mas depois que Ele ressuscitou não havia mais pecado sobre Ele. Em Sua ressurreição tanto o pecador quanto o Fiador estão livres.
O que Cristo teve de fazer depois de ressuscitar? Carregar mais pecados (Hebreus 7:27)? Não, mas simplesmente viver para Deus. É aí onde eu evocê estamos. Não temos pecados  mais para carregar; está tudo sobre Cristo. O que temos de fazer? Toda vez que tivermos uma dor de cabeça, ou nos sentirmos enfermos, clamaremos, "essa é a punição pelo meu pecado?" Nada disso. Nossa punição foi plenamente satisfeita, pois recebemos a sentença capital, e estamos mortos: nossa nova vida deve ser para Deus.
"Tudo o que resta para mim
É somente amor e canção,
E esperar a vinda dos anjos
Para me levar aos céus."

Eu tenho agora que servi-lO e ter prazer nEle, e usar o poder que Ele me deu para chamar outros dos mortos, "desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará" (Efésios 5:14). Eu não vou voltar à cova da morte espiritual nem ao meu caixão de pecado;mas pela graça divina vou continuar a crer em Jesus, e ir de força em  força, não debaixo da lei, não temendo o inferno, nem esperando merecer o céu, mas como uma nova criatura (II Coríntios 5:17), amando por ter sido amado primeiro (I João 4:19), vivendo para Cristo poisCristo vive em mim (Gálatas 2:19-20), ardentemente esperando a glória que será revelada (Romanos 8:18) em virtude da minha união com Cristo. Pobre pecador, você não sabe nada sobre essa morte e sepultamento, e nunca saberá até que você tenha o poder de ser chamado filho de Deus (João 1:12), que Ele dá a todos os que crêem no Seu nome. Creia no Seu nome, e será todo seu. Amém e amém.
PORÇÃO DAS ESCRITURAS LIDA ANTES DO SERMÃO – Romanos 6
ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMÃO PARA TRAZER UM
CONHECIMENTO SALFÍVICO DE JESUS CRISTO E PARA EDIFICAÇÃO DA
IGREJA
FONTE: http://www.spurgeongems.org/vols25-27/chs1627.pdf
Traduzido do inglês, do original "Baptism – a Burial"
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio
público
Sermão nº 1627—Volume 27 do Metropolitan Tabernacle Pulpit
Tradução: Daniel Campos
Revisão: Marcus Paolo Del Rio
prova:Armando Marcos Pinto
Projeto Spurgeon - Proclamando a Cristo crucificado.
Projeto de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batista reformado
Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo
poder do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de incrédulos
de seus pecados.
Acesse em: www.projetospurgeon.com.br
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