O programa da Nova Era
Existe o perigo de que o pensamento da Nova Era pode levar alguns
cristãos a desenvolver uma paranóia com relação a qualquer coisa que
pareça estar associada ao movimento, especialmente no que se refere às
teorias de conspiração. Mas como diz a velha piada: “Só porque você é
paranóico não significa que eles não o estejam realmente perseguindo!”
O programa político da Nova Era é perigoso por ser baseado num conceito monístico e panteistico do mundo. Como tal, o programa político da Nova Era é anti-teísta e anti-cristão.
Mark Satin, autor de Neiv Age Politks (Política da Nova Era), diz:
A
consciência planetária reconhece nossa identificação com toda a
humanidade e de fato, com toda a vida, em toda a parte, e com o planeta
como um lodo. O destino da humanidade, após seu longo período
preparatório de separação e diferenciação, é o de finalmente tornar-se
um… Essa unidade está a ponto de ser expressa politicamente num governo
mundial que unirá nações e regiões em transações que ultrapassam a sua
capacidade individual.
O profeta da Nova Era, David Spangler, escreve:
Certamente
a política da sinergia reinterpretará o relacionamento da humanidade
para com a natureza, para com o uso de recursos naturais, para com os
seus relacionamentos com animais e plantas, e para com tudo que compõe o
ambiente… Num grupo e num grupo de grupos onde a percepção da separação
seja desfeita e substituída por uma percepção de identificação, de
unidade, e de cooperação e boa vontade dinâmicas, todo o espectro da
política internacional e nacional como as conhecemos deve desaparecer e
ser transformado em algo bem irreconhecível pelos padrões de hoje.
O
monismo e o panteísmo são a base metafísica sobre a qual repousa o
movimento Nova Era. Toda transformação cultural importante repousa sobre
uma mudança nos conceitos do mundo. Lewis Mumford observa a importância
dessa nova ideologia. Ele diz que “toda transformação do homem, exceto
talvez aquela que produziu a cultura neolítica, repousou sobre uma base
metafísica e ideológica — ou antes, sobre despertamentos e intuições
mais profundos, cuja expressão racionalizada assume a forma de um novo
quadro do cosmos e da natureza do homem”.
Unidade das Religiões
A nova base ideológica do programa político da Nova Era ê a unidade de todas as religiões. Embora
permitindo que várias religiões existam, ela entende que cada religião
ensina a mesma verdade central: a humanidade é divina. O cristianismo é
reinterpretado a essa luz (os adeptos da Nova Era o chamam de
“cristianismo esotérico”). A unidade das religiões é absolutamente
necessária quando se pretende que a “identificação da humanidade” se
torne realidade.
Robert Muller, assistente do Secretário Geral das
Nações Unidas recentemente aposentado, comentou sobre a unidade de
todas as religiões:
Pela primeira vez na história, descobrimos
que este planeta em que vivemos é um só. Agora nos resta descobrir que
somos também uma só família humana, e que temos de transcender todas as
diferenças nacionais, lingüísticas, culturais, raciais e religiosas que
têm formado a nossa história. Temos a oportunidade de escrever uma
história completamente nova.
Relacionado a isso está o conceito de ecumenismo profundo de Matthew Fox. Escreve ele:
Ecumenismo
profundo é o movimento que desencadeará a sabedoria de todas as
religiões mundiais: hinduísmo e budismo, islamismo e judaísmo, taoísmo e
xintoísmo, cristianismo em todas as suas formas, e as religiões nativas
e religiões de deusas no mundo todo. Esse desencadear de sabedoria
contém a última esperança para a sobrevivência do planeta que chamamos
de lar.
Essa sabedoria de todas as religiões é vista como
centralizada em torno de uma verdade essencial: a divindade do homem.
Com relação a essa verdade essencial, David Spangler escreve:
O
que está procurando emergir é um corpo de pessoas que são nutridoras e
que são mui literalmente o que Jesus chamou de “sal da terra”, mas que
são assim conscientemente, espiritualmente, aceitando sua divindade sem
tornar-se envaidecidas por ela, e agindo dentro da esfera de sua
influência para externalizar essa mesma divindade nos outros… Elas são
as que dão vida, e estão formando a base para o governo do futuro.
Unidade de Governo
O programa político da Nova Era é também perigoso por ser alicerçado numa falsa confiança no potencial humano e não na dependência da orientação divina. O Cristo Cósmico que tudo permeia enche cada homem de potencial.
Muitos
adeptos da Nova Era crêem que o Cristo cósmico trabalhou em eras
passadas na vida de grandes indivíduos a fim de efetuar mudança no
mundo. O Cristo cósmico pode de igual maneira trabalhar através de todos
os seres humanos hoje. Matthew Fox escreve:
O fato de Cristo
ter-se encarnado em Jesus exclui o Cristo de encarnar-se em outros —
Lautzu ou Buda ou Moisés ou Sara ou a Sojourner Truth (Verdade
Peregrina) ou Gandi ou eu ou você? Exatamente o oposto é que ocorre. De
fato, a carta de Paulo aos Gálatas fala em Cristo ter-se encarnado nele:
“Já não vivo, mas Cristo vive em mim” (Gaiatas 2:20). Paulo desafia os
destinatários de sua carta a deixarem “que Cristo seja formado em vós”
(4:19) e a serem “filhos de Deus” (3:26).
O programa político da Nova Era é perigoso por não reconhecer valores morais absolutos baseados
na Palavra de Deus. Todos os valores morais são determinados
subjetivamente. Tudo é relativo. A relatividade de todos os valores
morais é ensinada em escolas através de programas de “novos conceitos de
valores”.
O programa da Nova Era que se refere a um governo mundial único é
perigoso por ser baseado no desejo do homem em alcançar unidade com o
homem agindo como a única autoridade. O programa político não reconhece
a autoridade de um Deus soberano e onipotente. Douglas Groothuis
observa:
No programa da Nova Era, eles precisam colocar o
tijolo de uma nova Babel, proclamando uma ordem cuja unidade e direção
final se opõem ao Criador (ver Gênesis 11:1-9). Os antigos entusiastas
da ordem mundial em Gênesis tentaram impor a “tese apóstata de
identificação e igualdade finais a toda a humanidade” a fim de
construir uma “ordem mundial única e introduzir o paraíso independente
de Deus” (Rushdoony 1979). É isso que a Nova Era está tentando fazer
hoje, e sua tentativa é igualmente vã. Todas as torres de Babel são
construídas em vão, independentes da pedra fundamental de Jesus Cristo.
O governo globalizado que é uma parte do programa político da Nova Era defende uma forca policial planetária para
a segurança. Apenas aqueles que aderem a um conceito monístico e
panteístico do mundo teriam permissão para controlar essa força
policial.
A organização Cidadãos Planetários está patrocinando
atualmente uma “Comissão Independente sobre Alternativas para a
Segurança Mundial”, que arregimenta vários peritos em paz, desarmamento e
sistemas para projetar um “sistema de segurança global operacional,
crível e não ameaçador”.
A fonte dessa unidade é relativamente
clara. Muitos envolvidos na política da Nova Era estão claramente
baseando suas decisões e ações em revelações ocultistas. Por
exemplo, muitos aderem ao que escreveu Alice Bailey. Ela fala com
freqüência do “Plano” e dos “Mestres da Sabedoria”. Seriam estes os que
supostamente atingiram o mais alto nível de consciência, e se tornaram
guias da evolução espiritual da humanidade. Esses mestres encontram-se
supostamente ocupados em levar a cabo, na Terra, o “Plano”.
World Goodtvill (Boa
Vontade Mundial) é um grupo para influenciar os legisladores cujo
objetivo é revelar o “Plano” conforme detalhado nos muitos livros de
Alice Bailey. Esse é um dos diversos grupos inspirados em Bailey
patrocinados pelo Trust Lucis.
O globalismo que é parte do
programa político da Nova Era eqüivale a uma forma de idolatria. Ele
exalta o planeta bem como a humanidade como senhores soberanos.
Groothuis comenta:
O internacionalismo idolatra deve ser
rejeitado pelos cristãos. Cristo é Senhor; nem as nações nem o planeta
são soberanos. O governo global, ou o que poderia ser cognominado de
“estado cósmico”, deve ser rejeitado como idolatria, visto o humanismo
cósmico entronizar o homem no lugar de Deus.
Perigos do Movimento Nova Era para a Igreja
Redefinindo o Problema: Pecado
O programa político da Nova Era é perigoso porque ignora completamente o maior problema do homem — o pecado — bem como a provisão de Deus para esse problema — a expiação substitutiva de Jesus Cristo. Douglas Groothuis escreve:
O
cristão acredita que o realismo político deve começar com a percepção
de que o homem é pecador; os adeptos da Nova Era depositam esperança no
potencial humano, visto como bom e confiável. Os adeptos da Nova Era
atribuíram o pecado à ignorância, crendo que podemos nos livrar dessa
ignorância quando aceitamos a iluminação do panteísmo.
O
cristão vê essa iluminação como uma falsificação enganosa. A única
maneira pela qual a consciência pessoal ou política pode ser despertada é
primeiro vendo a realidade do pecado e a necessidade de redenção
através de Jesus Cristo. Todos os desvios ao redor da cruz de Cristo se
chocam nas rochas brutais da realidade. O cristão faminto e sedento de
justiça política olha para Deus como Senhor, Legislador e Juiz, não para
uma divindade íntima. Os cristãos servem ao Salvador, não a si mesmos.
Eles consultam as Escrituras em busca de instrução política.
O pecado é redefinido no pensamento da Nova Era. O mal é relativo. David Spangler escreve:
O
homem detém a responsabilidade final pela redenção do que viemos a
chamar de “energias maléficas”, que são simplesmente energias usadas
fora de tempo ou fora de lugar, ou não adequadas às necessidades da
evolução. [A ética da Nova Era] não é baseada em… conceitos dualistas de
“bem” e “mal”.
Mark Satin, adepto da Nova Era, nos diz que “num estado espiritual, a moralidade é impossível”.
A Obra de Cristo na Cruz
Benjamim
Creme rejeita o cristianismo ortodoxo por apresentar “um quadro
impossível para a maioria das pessoas pensantes de hoje aceitarem Cristo
como o filho unigênito de Deus, sacrificado por seu Pai amoroso para
salvar a humanidade dos resultados de seus pecados; como um sacrifício
de sangue tirado diretamente da velha e desgastada dispensação judaica”.
Salvação
A
salvação na Nova Era é uma operação progressiva. As pessoas precisam
trabalhar para se livrar de seu carma mau, reencarnando de vida em vida.
Escreve Shirley MacLaine:
Se você for bom e fiel em sua luta nesta vida, a próxima será mais fácil.
David Spangler escreve que “o homem é seu próprio Satanás da mesma forma que é sua própria salvação”.
Desvios Sutis
Criador e Criação
Existe
o perigo de o pensamento da Nova Era toldar a distinção entre o Criador
e a criação — especialmente a dos seres humanos como criaturas — nas
mentes dos crentes biblicamente iletrados. Esse perigo é baseado na
natureza monística do pensamento da Nova Era, que trata tudo como parte
de uma grande alma que é deus.
Mark Satin, autor de New Age Politics (Política da Nova Era diz:
A
consciência planetária reconhece nossa identificação com toda a
humanidade e na realidade com toda a vida, em toda a parte, e com o
planeta como um todo.
O engano é sutil. Kenneth Copeland,
embora condenando a seita Nova Era, pode estar defendendo uma idéia
oculta da Nova Era. Ele pregou:
Deus é Deus. Ele é um Espírito…
E ele lhe foi conferido quando você nasceu de novo. Pedro disse isso
com muita clareza. Disse ele: “Somos participantes da natureza divina.”
Essa natureza é viva, eterna em absoluta perfeição, e isso foi
conferido, injetado em seu homem espiritual, e você tem isso conferido a
você por Deus, da mesma forma que você conferiu a seu filho a natureza
da humanidade.
Essa criança não nasceu como baleia. Nasceu
como um ser humano… Ora, você não tem um ser humano, tem? Você é um ser
humano. Você não tem um deus em si. Você é um deus.
Earl Paulk, outro pregador cristão, escreve a mesma coisa, declarando que somos pequenos deuses:
Da
mesma forma que cães têm cãezinhos e gatos têm gatínhos, assim Deus tem
pequenos deuses… Enquanto não compreendermos que somos pequenos deuses e
começarmos a agir como pequenos deuses, não podemos manifestar o Reino
de Deus.
M. Scott Peck, em seu livro The Road Less Traveled (A Estrada Menos Trilhada), nos diz que estamos crescendo na direção da divindade:
Pois
não importa quanto possamos gostar de contornar o assunto, todos nós
que postulamos um Deus amoroso e de fato pensamos sobre isso
eventualmente chegamos a uma única e aterrorizante idéia: Deus quer que
nos tornemos como ele (ou ela). Estamos crescendo rumo à divindade. Deus
é o alvo da evolução. É Deus que é a fonte da força evolucionária, e
Deus que é o destino…
Visualização e Imaginação Direcionada
Existe
o perigo de alguns crentes serem desviados pelo ensinamento de
visualização, imaginação direcionada, da Nova Era. A visualização
bíblica é a meditação sobre Cristo e submissão à sua orientação conforme
revelada na Escritura. Mas o Pastor Cho, líder da maior igreja cristã
do mundo, expressou algumas idéias próximas à meditação da Nova Era em
seu livro The Fourth Dimension (A Quarta Dimensão):
Precisamos
aprender… a visualizar e sonhar a resposta como estando completa quando
nos dirigirmos ao Senhor em oração. Devemos sempre tentar visualizar o
resultado final quando oramos. Dessa forma, com o poder do Espírito
Santo, podemos incubar aquilo que desejamos que Deus faça para nós…
C. S. Lovett, enquanto advoga a meditação, confirma que a visualização a que se refere é a mesma usada pelas seitas:
Você
ficaria chocado em saber que o poder curador de Deus está disponível
através de sua própria mente e que você pode ativá-lo pela fé!… Se você
tivesse ACESSO DIRETO à sua mente inconsciente, poderia comandar que
QUALQUER ENFERMIDADE fosse curada num instante… PARECE CIÊNCIA MENTAL?
Admito que sim. É verdade que as seitas descobriram algumas das leis
curadoras de Deus e as usam para atrair as pessoas às suas teias… Mas
deixe-me perguntar: deveria a cura ser negada a crentes nascidos de novo
simplesmente porque certas seitas se aproveitam dessas leis?
Norman Vincent Peale chama a visualização (a meditação da Nova Era) de “pensamento positivo levado um passo adiante”.
Mas a imaginação direcionada pode nos expor a falsos cristos ou anjos de luz (2 Coríntios 11:14). Douglas Groothuis adverte:
Um
exercício de visualização esmerado poderia induzir um estado alterado
de percepção muito convidativo a rebeldes demoníacos. Shakti Gawain, por
exemplo, diz que a “visualização criativa” pode facilmente
apresentar-nos a “espíritos-guias”, daqueles que ficariam empolgados
em nos conhecer.
Precisamos também reconhecer que a
imaginação do homem está atingida pela queda. Gênesis 6:5 diz: “Viu o
Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.” A
visualização pode ser perigosa, mas como a Nova Era não crê na
degradação do homem, ela se torna mais perigosa ainda.
Confissão Positiva e Pensamento Positivo
Existe
o perigo de o pensamento da Nova Era desviar alguns cristãos através da
confissão positiva ou pensamento positivo. O perigo vem na forma do
ensinamento que diz ser o homem um “pequeno deus” e assim ter o poder de
falar criativamente, trazendo o bem ou o mal à existência mediante a
sua palavra. A confissão positiva produz o “bem” e a confissão negativa
cria o “mal”.
Gloria Copeland relatou sua metodologia para comprar a casa que desejava:
Comecei
a ver que eu já tinha autoridade sobre aquela casa e autoridade sobre o
dinheiro de que precisava para comprá-la. Falei: “Em nome de Jesus,
assumo autoridade sobre o dinheiro de que preciso. (Bradei a quantia
específica.) Ordeno-lhe que venha a mim… em nome de Jesus. Espíritos
ministradores, vão e façam com que ele venha…” (Por falar em anjos…
quando você se torna a voz de Deus na terra ao colocar as palavras dele
em sua boca, você põe os anjos para trabalhar! Eles são ajudantes
altamente treinados e capazes; sabem como fazer para que o trabalho seja
executado.)
O Dr. Robert Schuller, dirigindo-se a uma grande platéia de ministros da Unity em treinamento, falou:
Creio
que a responsabilidade nesta época é a de “tornar positiva” a religião.
Ora, isto provavelmente não atinge muito a vocês, pois sendo gente da Unity, vocês
são positivos. Mas falo muito a grupos que não são positivos… mesmo
aos que chamaríamos de fundamentalistas, que tratam constantemente de
palavras como pecado, salvação, arrependimento, culpa, e esse tipo de coisa.
Sincretismo
Existe
o perigo de que o pensamento da Nova Era possa levar alguns crentes a
desenvolver tendências sincretistas com relação às outras religiões do
mundo. Isso se deve ao fato de os adeptos da Nova Era ensinarem que
todas as religiões contêm a mesma verdade central — o homem é divino.
Matthew Fox, teólogo católico, foi claramente sincretista nas porções
dos seus escritos sobre o “Ecumenismo Profundo”, das quais tirei
citações anteriormente neste capítulo.
A Deusa em Todos
Há
o perigo de que o pensamento da Nova Era leve algumas pessoas a
adquirirem um conceito feminino da divindade, a abandonarem totalmente a
imagem bíblica de Deus. A Bíblia apresenta Deus com características
tanto femininas quanto masculinas, mas as imagens masculinas são muito
mais fortes do que as femininas. Perder de vista essa verdade faria dele
menos do que é, reduzindo seu poder e autoridade, e tornando-o sinônimo
das deusas do sexo que o Antigo Testamento condenou.
O autor da Nova Era, Matthew Fox, escreve:
A
religião e a cultura que reprimem e distorcem o maternal também
reprimirão a antiga tradição de Deus como Mãe, e da deusa em cada
pessoa. Jesus veio para restaurar essa responsabilidade à cultura
patriarcal e militarista de seus dias…
A crucificação de Jesus foi o resultado lógico desse assalto frontal ao patriarcado.
Meditação Oriental
Há
o perigo de que o pensamento da Nova Era leve alguns cristãos a
transformar a meditação bíblica em formas orientais de meditação.
Um escritor cristão propõe a meditação numa forma que se aproxima dos padrões orientais. Escreve ele:
Em
sua imaginação, permita que seu corpo espiritual, brilhante de luz, se
eleve de seu corpo físico… subindo através das nuvens e até à
estratosfera… cada vez aprofundando-se mais no espaço exterior, até que
nada haja além da presença cálida do Criador eterno.
Abandono dos Alicerces Morais
Existe
o perigo de o pensamento da Nova Era enfraquecer a estrutura moral da
igreja, porque os valores absolutos morais são negados pelos adeptos da
Nova Era. Tudo é relativo. Os “novos conceitos de valores”, técnica
acerca da qual muitos pais cristãos nada sabem, permite às pessoas
escolher sua própria base moral a partir da qual tomar decisões.
Cristianismo Esotérico
Devido à semelhança na terminologia, alguns cristãos podem ser desviados pelos ensinamentos do “cristianismo esotérico”‘, a
sabedoria espiritual limitada a uma elite de poucos conhecedores. Essa é
uma reinterpretação mística que a Nova Era faz do cristianismo
ortodoxo (esotérico). Douglas Groothuis comenta como o movimento Nova
Era vê o cristianismo esotérico:
O verdadeiro evangelho do Um é tido como a face esotérica do cristianismo. O cristianismo esotérico é
o substituto ocidentalizado e é desprovido de autenticidade
espiritual, expressando o que Wilber chama de “mentalidade do modo
médio”. O cristianismo esotérico está afinado com “a filosofia
perene” do Um que se manifesta em todas as tradições religiosas. O
Cristo da Nova Era se posiciona contra o cristianismo ortodoxo.
Desvios Doutrinários aos Quais Ficar Alerta
Uma
das maiores ameaças à igreja é a confusão doutrinária causada pelo
pensamento da Nova Era. Visto os adeptos da Nova Era usarem muitas
palavras cristãs, a confusão parece provável porque muitos cristãos não
estão cientes de que palavras boas foram radicalmente redefinidas com
maus sentidos.
A Doutrina da Revelação
Os
adeptos da Nova Era acreditam na revelação contínua de Deus. Eles crêem
que “a Palavra de Deus [é] revelada em todas as eras e dispensações.
Nos dias de Moisés, foi o Pentateuco; nos dias de Jesus, o Evangelho;
nos dias de Maomé, o mensageiro de Deus, o Corão; nos dias de hoje, o
Bayan.”
Benjamim Creme descreve a maneira pela qual recebe suas revelações da Nova Era;
Ela
desce sobre mim e chega até ao plexo solar e um tipo de cone é formado,
assim, de luz. Existe também um transbordamento emocional. E a
sobreposição mental que produz a conexão para que eu possa ouvir,
intimamente, as palavras.
A Natureza de Deus
Deus é transformado numa soma impessoal de toda a existência. Benjamim Creme escreve:
Deus é a soma total de tudo que existe no total do universo não manifesto e manifesto.
Spangler propaga a idéia, escrevendo:
Deus é uma consciência universal, uma vida universal, até onde nossa finidade possa expressá-lo.
A Singularidade de Jesus Cristo
Creme
coloca Cristo em pé de igualdade conosco, declarando que Cristo é
divino “exatamente no sentido em que somos divinos”. Mas o mesmo
espírito de Cristo habita em “Hércules, Hermes, Rama, Mitra… Krishna,
Buda e no Cristo”. Todos esses eram “homens perfeitos em seu tempo,
todos filhos de homens que se tornaram Filhos de Deus por terem revelado
sua divindade inata”.
Shirley MacLaine nos diz que Cristo foi bom, mas não necessariamente divino:
Cristo foi o ser humano mais adiantado que jamais andou neste planeta.
A Diferença Entre Deus e o Homem
Deus é feito a alma todo-abrangente do universo, e o homem é feito um deus porque contém parte de deus. Benjamim Creme escreve:
Um
dos principais ensinamentos do Cristo [é] o fato do Deus imanente,
imanente em toda a criação, na humanidade e em toda a criação, de forma
que nada mais hã além de Deus. E todos nós somos parte de um grande
Ser. O homem é um deus emergente, e assim requer a formação de modos de
amar que permitirão a esse Deus florescer.
Pecado e Salvação
A
necessidade de sacrifício e expiação, uma universalidade cultural, é
vista pela Nova Era como um remanescente antiquado do pensamento
judaico. Benjamim Creme rejeita o cristianismo ortodoxo por apresentar
“um quadro impossível para a maioria das pessoas pensantes de hoje
aceitarem Cristo como o filho unigènito de Deus, sacrificado por seu Pai
amoroso para salvar a humanidade dos resultados de seus pecados; como
um sacrifício de sangue tirado diretamente da velha e desgastada
dispensação judaica”.
David Spangler escreve que “o homem é o seu próprio Satanás, assim como o homem é a sua própria salvação”.
A Doutrina da Ressurreição
A ressurreição que aguardamos é substituída pelo ciclo contínuo de reencarnação na Nova Era. James Sire escreve:
A
reencarnação é a incorporação sucessiva da alma numa série de
diferentes corpos mortais; a ressurreição é a transformação do corpo
mortal da própria pessoa num corpo imortal.
Groothuis contrasta os dois:
A
reencarnação é considerada como um processo contínuo, ao passo que a
ressurreição é um evento único e final. Ademais, o Senhor soberano
controla o tempo e tipo de ressurreição; ao passo que uma lei impessoal
de carma ou a própria alma desencarnada é o agente ativo no caso da
reencarnação.
Extraído do livro “Como Entender a Nova Era” de Walter Martin